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Contextualização da Prática

      Uma das vertentes da Educação de Infância é a Educação Pré-Escolar, que se caracteriza por ser a Educação de Infância desenvolvida em estabelecimentos de ensino associados a uma vertente escolar. Ainda assim, isto não significa que a Educação Pré-Escolar implique necessariamente a educação em moldes escolarizantes. Em 1997, a publicação da Lei Quadro da Educação Pré-Escolar (5/97) descreve a Educação Pré-Escolar como sendo:

“(...) a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da ação educativa da família, com a qual se deve estabelecer estreita cooperação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário.” (Lei n.º 5/97, artigo 2.º, p. 670).

      Além disso, acrescenta-se que este tipo de educação é especificamente direcionado para as crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade de entrada para o 1.º Ciclo do Ensino Básico. Até esse momento, pressupõe-se que tenham o direito à Educação Pré-Escolar em estabelecimento preparados para o efeito. Este documento determina também que o Estado tem um papel fundamental em garantir que existe uma oferta adequada destes serviços educativos e que todas as crianças possam ter acesso aos mesmos, embora a Educação Pré-Escolar mantenha um caráter facultativo (Lei n.º 5/97).

       A Educação Pré-Escolar deve priveligiar o aprender a aprender, no sentido de educação ao longo da vida e não de preparação para a escolaridade obrigatória. A criança deve ser encarada como um sujeito que tem um papel ativo na sua aprendizagem e desenvolvimento, e não como uma processo educativo (Ministério da Educação, 1997).

      Teresa Vasconcelos (2003) explica que a publicação deste documento associada à publicação das Orientações Curriculares para o Pré-Escolar motivou o considerável desenvolvimento da Educação Pré-Escolar nos últimos anos em Portugal. A expansão da rede de Educação Pré-Escolar, quer pública, quer privada, e os apoios à formação dos educadores de infância foram também fatores que levaram a esta maior abrangência desta vertente da Educação de Infância.

     Para as famílias portuguesas a maior facilidade de acesso à Educação Pré-Escolar representa uma mais-valia. Para as crianças, esta assume uma enorme importância na medida em que permite reduzir as desigualdades sociais, fomenta o desenvolvimento da criança de forma global e possibilita uma melhor integração da criança nos sistemas escolares de Ensino Básico (Vasconcelos, 2003).

       Além destas mais valias, a Educação Pré-Escolar, tal como todas as vertentes da Educação de Infância, deve promover o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças de forma integrada. Para tal, devem ser-lhe proporcionadas experiências variadas e estimulantes, que vão sempre ao encontro dos seus interesses e necessidades. Por este motivo, em muitas salas de Educação de Infância definem-se temáticas em torno das quais se desenrolaram as atividades realizadas com o grupo de crianças. Na nossa prática pedagógica 2 temáticas foram escolhidas para os dias em que interviemos, nomeadamente os meios de transporte e as figuras geométricas.

         No que diz respeito aos meios de transporte, o conhecimento dos mesmos insere-se na Área do Conhecimento do Mundo, contemplada nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. O Ministério da Educação (1997) relembra que antes de chegarem ao infantário, as criança já trazem um conjunto de conhecimentos decorrentes da sua experiência e contacto com o mundo. Assim, o Educador de Infância deve sempre partir desses conhecimentos para as novas aprendizagens, procurando sempre que estas sejam significativas para as crianças. Neste sentido, os meios de transporte são uma temática que complementa os conhecimentos que as crianças já trazem, uma vez que estas estão habituadas a utilizar diariamente um transporte. Cabe ao Educador promover o conhecimento de outros meios de transporte com os quais as crianças nunca tiveram contacto.

          Outra das temáticas que será abordada na nossa prática são as figuras geométricas. Esta temática insere-se no domínio da matemática e na ideia que o Educador de Infância deve aproveitar as diferentes situações do quotidiano para promover o raciocínio lógico-matemático. Neste sentido, a geometria é fundamental desde os primeiro anos de vida da criança, uma vez que as suas primeiras experiências são com o espaço que as rodeia. Assim, o conhecimento das diferentes noções geométricas, incluindo as figuras geométricas, torna-se essencial para promover este conhecimento e consciência dos objetos no espaço (Ministério da Educação, 1997).

 

Referências:

Lei n.º 5/97, 10 de Fevereiro (Lei Quadro da Educação Pré-Escolar)

Ministério da Educação (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Retirado de                                         http://santiagomaior.drealentejo.pt/site/programas/ocpe

Vasconcelos, T. (coord.) (2003). Educação de Infância em Portugal: Situação e Contextos numa Perspectiva de                       Promoção de Equidade e Combate à Exclusão. Lisboa: Conselho Nacional de Educação.

 

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